Uma visão clássica da questão das quotas

Já esclareço que sou contrário a essa manifestação, mas quero prestigiar todas as opiniões.

Cotas nas universidades públicas, artigo de José Goldemberg e Eunice R. Durham





PANORAMA MODERNO, UMA VISÃO EXTREMAMENTE OTIMISTA

O mundo hoje, trazendo em conjunto a inafastável análise histórica de seu movimento (para os gregos, movimento é toda alteração da realidade), nos remete às piores previsões possíveis.

Pobres cada vez mais pobres, ricos cada vez mais ricos, chances cada vez mais escassas e cada vez mais endeusadas. Conseqüências do sistema de Capital que nos domina.

Este ciclo parece não ter fim, ou perspectiva de fim, pelo menos a curto prazo. Até aqui nenhuma novidade.

Para os estudiosos ou perspicazes o suficiente para notar a realidade a perspectiva de mudança é muito pequena, nos remete a pensar porque não se entregar aos prazeres egoístas que o capital oferece? Porque não desistir da luta?

Eu bem que pensei isso. Porque ficar arrancando os cabelos por problemas que não poderei resolver. Pensei até em desistir de ter uma família, afinal, para que sujeitar meus filhos a um mundo tão nefasto e perigoso.

Bom, mas este mesmo mundo me faz frear estes meus pensamentos, pelo menos na análise dos últimos fatos e pensamentos que li.

A esquerda, ou centro-esquerda, vem tomando o poder em diversos lugares do mundo. Mais aqui na América do sul que em qualquer outro lugar. Argentina, Chile, Venezuela e Brasil são exemplos. Sem julgar as peripécias do governo Lula, eu avaliaria isto como um fator positivo.

O último motivo que me faz ter maior alento em relação ao futuro global é a atual tendência jurídica. Se existe alguma ciência que pode resolver o problema do mundo, esta ciência é o Direito. Pois, é no Direito que se fixam as normas de convivência e de procedimento da sociedade, assim montando o seu sistema. Os ramos jurídicos mais voltados ao individualismo como o Direito das Coisas (posse, propriedade e etc) já abriu os olhos para o coletivo, para necessidade de adequação do sistema à realidade social. E isso é uma tendência que cada vez se solidifica mais, acredito que assim como a tendência citada acima.

Claro que nada disso é garantia de nada, mas se continuar neste ritmo, espero algumas boas notícias pra daqui uns 30 anos.