e na França...

Na França está ocorrendo uma revolta popular, isto não tem sido divulgado como merecia e estou enfrentando dificuldades para me interar bem do assunto, mas com o que sei já posso articular alguns pensamentos.

Dizer que a revolta se deu pela morte de duas pessoas é um erro, isto foi apenas a gota d’água. Todo dia que ligamos o jornal nós lemos as mesmas coisas: violência e crescimento econômico. Falam de violência, mas não revelam suas causas, apenas há uma enumeração e um sensacionalismo em cima de cada fato isolado. O crescimento econômico é daqueles que têm economia, mas nos passam a ilusão que é de todo o país, tentam convencer-nos que todos ganhamos com ele.

A verdade é uma só: “as coisas estão cada vez piores”. Como diria minha irreverente e sem papas na língua tia-avó: “a gente está cada vez mais fudido”. Isso é realidade, a renda está concentrando cada vez mais nas mãos dos mesmos. Como o dinheiro é finito, temos que a maioria absoluta das pessoas empobrece. Mas isso não é novidade, a novidade é que as pessoas estão ficando de revoltadas e estão começando a reagir.

O que está acontecendo na França tende a se espalhar, tanto que na Alemanha já começou de forma tímida. Vejam, começou em uma cidade, se espalhou pelo país todo, agora cruzou a fronteira e atingiu a Alemanha, será que continuará a marcha? Aqui na América Latina temos mais um apontamento da indignação popular. Nós, tradicionalmente pacíficos, reagimos de forma nunca vista a presença de uma pessoa, pessoa esta que, de certa forma, simboliza todas as mazelas do mundo por ser porta-voz do sistema que as cria, o presidente Bush.

Se o que está acontecendo terá um fim bom ou ruim só o tempo dirá, pois desta reação popular virá uma resposta. É esta resposta que o dirá.

Porém, assim como criticam o ladrão que rouba o pão da padaria, não faltará quem critique os franceses pelo “como” estão fazendo. Pedir “por favor, melhorem nossas condições de vida”, estas pessoas fizeram desde que nasceram, querem que elas façam o que? Passeatas pacíficas? Como se já não tivessem ocorrido milhares e sem resultado nenhum.

Não que eu goste da idéia de luta armada, de queimar carros ou bater em pessoas, mas eu não costumo cobrar atitudes sensatas ou politicamente corretas de pessoas desesperadas, desesperançadas, indignadas, revoltadas, adas, adas e adas.

Ainda não sei se torço para que a revolta se espalhe ou não, mas com toda certeza torço para que a resposta dos detentores de poder seja boa para o povo e, conseqüentemente e inafastavelmente, ruim para os ricos. Traduzindo, espero que se tomem medidas para melhor distribuir a renda assim como o esforço para auferi-la.






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