MARÉ DE AZAR

Engraçado, as vezes eu acho que felicidade completa não existe, ou que uma força mítica nos testa até nos nossos desejos mais íntimos.

Há dois posts atrás falei q eu consegui uma vaga de bolsista com o professor Ingo Sarlet. O que é uma honra, e mais, é tudo o que eu queria. Mas isso eu também já disse. O que é novo é que parece que isso me rendeu uma maré de azar daquelas de dar inveja ao Sofrenildo (famoso personagem que, como se deduz do nome, sofria muito em tudo).

Do início. Eu jogo num time de futebol amador, o Atlético Gaúcho, nada demais, de craque da bola eu passo tão longe quanto o Tiago Prado (ex-zagueiro gremista que primava pela total falta de capacidade técnica e inteligência para o jogo). Pois quando eu começo a jogar bem e achar meu espaço (período que levou, aproximadamente, um ano), na véspera da semi-final do torneio que disputávamos, eu torço o pé em um amistoso. Lance bobo, quando fui tirar o pé de uma dividida para não me machucar e acabei me machucando. Podem me dar o troféu abacaxi que eu mereço. Isso foi pouco antes da reunião que definiria quem seriam os bolsistas, mas após a entrega de toda a papelada.

Bom, indo para tal reunião, mancando tal qual um grilo com câimbras, piso eu uma falha na laje da rua e torço o mesmo pé, na verdade pioro a situação dele. Mas segui em frente, persistente, guerreiro. Na reunião descubro que serei bolsista, beleza, mas teria que fazer um projeto, ou seja, praia nem pensar.

Lesões a parte o pior ainda estava por vir, eu quase morri. Bom samaritano que sou fui levar minha irmã para o plantão em Cachoeirinha (meia hora de viagem), SÁBADO ÀS 6H DA MANHÃ. Fala sério, eu sou um anjo. Pois não é que, já quase em casa, em me acidento de carro. Em um cruzamento meu micro carro resolveu bater em uma FORD RANGER, daquelas antiga, de aço e a toda a velocidade. Proporcionalmente poderíamos dizer que foi um poodle atacando um pitbull. Eu errei, pois a preferencial era dele, mas o cara também andava em torno de 120Km/h, se ele estivesse andando bonitinho nada teria acontecido. Bom, cometi um leve deslise e quase paguei com a vida, meu carro deu perda total, vou pagar só com o bolso então, pois ninguém se machucou, graças à Deus.

Bom, no ano novo fui a praia, entusiasmado para dar um novo ânimo a minha vida social que no último ano estava meio-completamente apagada. Decidi ir com os amigos, namorada, prima, mães, avós, cachorros, gatos, papagaios e tudo mais que aparecesse na frente para o tal do Cozumel. O ingresso era 40 pila, ai eu disse: “ah, amanhã nós compramos”. No outro dia descobrimos que era 50 pila agora, mas nos disseram que disso não passava. Ai eu disse, de novo: “ah, amanhã nós compramos”. No outro dia era 60 pila e pelo bem de nossos bolsos e integridade moral resolvemos não ir. Passei o ano novo perambulando de bar em bar e acabei na beira da praia.

Voltando a Porto Alegre resolvo promover minha volta aos gramados, afina, já faziam dois meses da primeira torção. Juro que eu estava jogando bem, mas pouco depois da metade do jogo, eu torço o pé mais uma vez. SOZINHO DE NOVO, ALIAS, MAIS SOZINHO QUE DA OUTRA VEZ. E dessa vez ainda lesionei os ligamentos. Três semanas de tala (que estão quase acabando) e fisioterapia (não sei quanto tempo).

Mas não pense que para ai. Quando fui no posto médico, proto para usar a minha UNIMED, novinha, descubro que estou em “período de carência”, o que quer dizer que eu só posso ficar doente ou algo assim a partir de fevereiro. Logo, gastei mais de 200 pila em consultas médicas e medicamentos.

Em resumo: desde que surgiu esse esquema de bolsista eu só me fodo, mas eu sou brasileiro e não desisto nunca (risos). É o que eu quero e não tem força da natureza alguma que me faça desistir.

Bom, se eu demorar e escrever se preocupem, posso ter tido algum acidente sério.





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